Educação no Século XXI - O que distingue o desenvolvimento do atraso é a aprendizagem#
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Educação no Século XXI - O que distingue o desenvolvimento do atraso é a aprendizagem#
#Guilherme de Oliveira Martins in Prefácio Perfil dos alunos à saída da Escolaridade Obrigatória - Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho criado nos termos do Despacho n.º 9311/2016, de 21 de julho
Manifestação de interesse. De que lado estamos?
A inovação, que a tecnologia digital pode trazer, quando utilizada de forma eficiente e responsável, é a chave para desbloquear a enorme capacidade humana e garantir que as pessoas estão colocadas no lugar de condução de sua vida pessoal e profissional na sempre complexa e em constante mudança neste mundo sempre incerto.
Acredita-se que o potencial do uso da tecnologia na educação reside no aumento das chances de vida e na contribuição para a mobilidade ascendente, no aumento do capital social, na formação de cidadãos mais bem informados sobre os acontecimentos atuais e escolhas políticas e no engajamento cívico, na Integração e representação cidadâ. Aprender com as tecnologias digitais é mais equitativo do que aprender sem elas, algumas vezes, nem sempre. Há uma forte capacidade de democratizar o conhecimento e o acesso a ele através de processos de aprendizagem mais individualizados e, portanto, melhorar as experiências de aprendizagem e os resultados.
... onde os alunos podem interagir remotamente, onde o sucesso da tecnologia ainda dependerá de professores qualificados, onde o diploma terá uma definição diferente, onde os alunos terão voz, e os educadores e as instituições precisarão se adaptar, com base em análise custo-benefício abrangentes.
Para uma integração eficaz da tecnologia digital
Os jovens que ascendem ao ensino superior estão preparados?
Sem dúvida, quando olhamos para os resultados e as colocações. Levando em conta as novas teorias construtivistas sociais de que o conetivismo de Siemens (george, elearnspace) é emergente, os aprendentes precisam ser orientados para práticas inovadoras de criação de conhecimento, através da fusão de espaços sociais, físicos, digitais, virtuais e móveis de aprendizagem, aprendendo a aprender, em oposição à ideia ultrapassada de olhar para o cérebro humano como uma "esponja". A aprendizagem baseada em inquéritos, jogos e projectos, a aprendizagem baseada em fenómenos, as aulas de ativação de alunos, a aprendizagem colaborativa e a aprendizagem em sala de aula, por exemplo, conduzem a processos de aprendizagem mais reflexivos e participativos. A realidade aumentada, a realidade virtual e a gamificação, associadas a outras tecnologias de comunicação como quizzes, podcasts, aplicações e vídeos, entre outras, podem apresentar estratégias de aprendizagem adaptativas e personalizadas e permitir a construção de ecossistemas de aprendizagem inovadores.
Não é assim em todo o ensino superior? Pois não, mas a onda é incremental e está a colocar pressão nos que agarram ao passado, destacando e premiando os que preparam os alunos para o desconhecido.
O magnífico documento produzido pelo Grupo de Trabalho criado nos termos do Despacho n.º 9311/2016, de 21 de julho - Perfil dos alunos à saída da Escolaridade Obrigatória vem reconhecer de forma tardia, mas em tempo, que os alunos recém-chegados às universidades aportam lacunas a superar. Por exemplo Eenumerando 9 qualidades para que o jovem, à saída da escolaridade obrigatória, seja um cidadão e afirma Competências chave de saída que desenvolve em descritores operativos.
Apoiar os Professores, educadores e formadores – das palavras à ação
Quando aplicadas eficazmente, as soluções digitais podem desempenhar um papel importante na transformação e apoio ao ensino, resultando num maior envolvimento dos alunos e na melhoria dos seus resultados. Existe falta de apoio e preparação gritante para que os professores e educadores (aqui incluimos os pais, essa massa de pessoas que tendemos a esquecer na educação/formação) percebam o uso eficiente da tecnologia. Embora todos pareçam elogiar os professores pelo trabalho que realizam, parece haver uma barreira sociológica com raíz ideológica, para se passar das palavras à ação . O investimento, não exclusivamente respeitante a dinheiro, numa das profissões mais importantes de uma sociedade e apontada na maioria dos relatórios sobre o futuro das profissões como essencial requer, talvez, uma abordagem multi-modal, multi-camadas, sistémica.
O que é preciso mudar, então?
Pessoas altamente instruídas têm três vezes mais probabilidade de usar a Internet em comparação àqueles de níveis educacionais mais baixos. A questão central é que os indivíduos mais privilegiados também têm mais acesso às "condições propícias" - competências, atitudes e motivação, que são um pré-requisito para uma participação digital significativa e garantir que o mundo da informação se traduz num mundo do conhecimento. É fundamental mudar as práticas institucionais das escolas/academias, mas também outros ambientes de aprendizagem, como bibliotecas e centros culturais, para torná-los equitativos, oferecendo estruturas de apoio substancialmente diversas e mais profundas para todos.
Os conceitos de educação tradicional baseados na aquisição de conhecimento e no modelo de reprodução "onde há uma sala de aula, um professor, uma classe e um sujeito de cada vez", estão sendo cada vez mais questionados. A Tecnologia, que ajuda a expandir a nossa memória biológica e as novas práticas de aprendizagem estão cada vez mais entrelaçados.
O sistema, qualquer que seja a mudança, precisa estar em conformidade com as necessidades dos alunos, e não o contrário. O lugar do aluno está no centro na regulação de sua própria aprendizagem, afirma-se sistematicamente. Porque essa é a maneira de garantir que os alunos não acabem como consumidores de tecnologia passiva através de sua experiência, antes ativos cidadãos digitais, capazes de capitalizar suas experiências, através da criação e organização de conhecimento em várias formas de conteúdos digitais representativos das suas visões e valores. Tais abordagens enfatizam a importância do envolvimento individual e colaborativo dos alunos nos seus processos de aprendizagem - compartilhando objetivos, tarefas e conhecimentos dentro de uma equipe/grupo, aplicando auto-reflexão e revisão entre pares, tudo central para a criação de conhecimento. Não é a tecnologia digital que cria a mudança social, as pessoas é que o fazem! Por conseguinte, o investimento em tecnologias tem de ser acompanhado de perto pelo investimento nas pessoas e pelo alargamento do seu acesso às oportunidades de aprendizagem ao longo da vida.
A comercialização da educação é cada vez mais uma realidade. Neste contexto em mudança, deve-se garantir a liberdade pedagógica dos professores e educadores, bem como a segurança dos dados e abordar as questões de privacidade. Algumas maneiras possíveis de equilibrar o espaço digital e garantir resultados mais justos para todos é incentivar recursos digitais gratuitos (vidé a inciativa Open Education Europa) e a interoperabilidade de hardware e software.
Não esquecer a IA (acrónimo de Inteligência Artificial) dos robots
A introdução maciça de algoritmos associados à inteligência artificial é ainda uma ameaça potencialmente subestimada, em termos de pôr em causa a liberdade pedagógica dos professores e educadores, bem como a segurança dos dados e as preocupações com a privacidade. Um algoritmo pode potencialmente ser apresentado como a solução para a individualização da aprendizagem, não só para oferecer aos professores e educadores para construir as suas aulas e cursos, mas também para propor melhorias tecnológicas que normalmente estão diretamente ligadas às suas próprias necessidades e lucro empresarial e não necessariamente. Sempre aos benefícios da sociedade e do bem público. Mas quem pode hoje afirmar que o Professor/formador não será uma profissão em vias de extinção?!
Em 7 de Dezembro de 2016, a Comissão Europeia adoptou uma Comunicação sobre a melhoria e a modernização da educação - “High Quality Education For All “.
Com a pretensão de: - “ melhorar e modernizar a educação: tecer princípios de inclusividade em todos os sistemas educativos” revela-se a ambição de modernizar os sistemas educativos e de os mobilizar estrategicamente para as nossas sociedades e o desenvolvimento económico, centrando-se nos investimentos na educação. Já noutros momentos houve esta intencionalidade da comissão, mas sempre os estados membros, por razões objetivas não as assumiram e, nesta crise, muitos deles até baixaram os seus orçamentos em educação.
Por nós, acolhemos esta comunicação sempre com a crença de que algo vai mudar e muito profundamente. (é agora!...) E também as plataformas europeias da sociedade civil, as empresas e as organizações sociais se pronunciaram , em geral, muito positivamente sobre esta Comunicação.
Uma Educação de qualidade para Todos pode ser uma das formas mais eficazes de abordar as desigualdades socioeconómicas e promover a inclusão social. No entanto, a comunicação revela um certo grau de cepticismo em relação ao financiamento público da educação, o que implica uma desproporção entre os resultados da aprendizagem, com base nos resultados do PISA e no nível de financiamento público. A falta de investimento público representa um enorme perigo para a inclusão dos desfavorecidos e traduz-se em satisfazer as necessidades de financiamento da educação através de uma abordagem mercantil.
Lisboa, 03 de Junho 2017
Etelberto Costa
etelbertocosta@gmail.com
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