De regresso a Casa grande & senzala de Gilberto Freyre (1933). Portugal e o Brasil: escravatura;- pretos, índios e brancos na briga!


Em " Ideias e inspirações gregas" já confessara Zimmern em 1914, «podem nos ajudar hoje não somente a enfrentar os deveres do momento, mas também na tarefa de aprofundar e estender o escopo e significado de Democracia e Cidadania, Liberdade e Direito, que parece ser a tarefa política essencial da humanidade nessa nova época da história na qual -inesperadamente-entramos».    

«Zimmern procurava corrigir a visão errónea que se tem da escravidão na sociedade ateniense. Segundo ele (estamos em 1914!) a escravidão ateniense era vista pelos gregos como parte da natureza das coisas e como destino inelutável que, em ocorrência de uma guerra , a todos podia atingir.....quando a força de trabalho escravo e de imigrantes livres se tornou necessária para sustentar uma estrutura económica mais complexa, Atenas não tratou os novos trabalhadores como meros instrumentos vivos, mas como «companheiros de trabalho» de seus cidadãos».

Alguma semelhança com o que se passa hoje em dia nas sociedades europeias?  

PERIGOS E ANACRONISMOS DAS RECONSTRUÇÕES DO PASSADO!

 «A tendência de se aplicar métodos e ideias modernas aos tempos antigos sem uma estimativa suficiente das diferenças entre a Grécia antiga e as condições modernas (sublinho, estava-se em 1914!) é muito forte e difícil de ser contra-atacada. Uma das formas de se evitar o tão funesto anacronismo nos estudos históricos, escrevia ele então, é reconstruir-se a cultura material  da sociedade estudada. No caso da Grécia é preciso imaginar casas sem drenos, camas sem lençóis ou colchões, aposentos ao ar livre...etc, aprender a dizer a hora em relógios, atravessar rios sem pontes,  mares sem astrolábios, estudar poesia sem livros , geografia sem mapas e política sem jornais. Numa palavra, precisamos aprender como se pode ser civilizado sem que se tenha conforto».  

Quando hoje se assiste um pouco por todo o Mundo livre e democrático a uma destruição simbólica de ídolos do colonialismo, escravatura, e outros,  que vos parecem estas reflexões que nos deixava Zimmern sobre o Livro de Gilberto Freyre Casa Grande & Senzala de 1933.? A mim pareceu-me que a habilidade inglesa de «contemporizar, harmonizar e equilibrar antagonismos como ele a caracterizava (Freyre ao chegar a Inglaterra para prosseguir estudos nos anos 20 do século passado) era bem preciso que voltasse aos Povos, antes da devastação irrecuperável.  

Hoje, 13 de março de 2014, após umas eleições que deram uma maioria extra à direita, com a extrema direita a assumir-se em pleno, finalmente após 50 anos de democracia plena (julgavam alguns que os salazarentos, pides, falangistas e povo iletrado desaparecera com o 25 de Abril, logo no dia a seguir como por bruxaria!)  estas reflexões sobre o nosso passado ancestral traz calor às nossas convicções e cria futuro para outros empreendimentos!





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