Reforma da EDUCAÇÃO. Mário Dionísio, O Quê? professor?! (2001)

 

Referenciando a partir de 1956 já Mário Dionísio escrevera (O Quê? professor?! (2001, p. 78).: "Ninguém se recusa, a começar pelos ministros da educação dos vários países, a confirmar acrise do ensino. Mais ou menos em todo o mundo se fala da Reforma da educação, da excessiva extensão dos programas, dos métodos antiquados que é preciso substituir, de preparação pedagógica, de doutores a mais (tese muito em voga) e de técnicos a menos".

REFORMA da educação.
https://bibliografia.bnportugal.gov.pt/bnp/bnp.exe/registo?1918735


Depois de muitos anos a pugnar por tal e com sucessivos ministros e governantes nacionais (lembrar aqui a tirada de António Guterres com a educação como desígnio nacional) e europeus, também asiáticos e africanos, creio que é de reconhecer que alguém (eu também) espera que surja um reformador aceite e que lidere essa Reforma. Porventura encaminhemo-nos para que ela (a Reforma) seja repassada para a IA, por meio de um qualquer messiânico instrumento quejando seja «chatgpt» ou sucedâneo.

E, referenciando a 1958, voltara a escrever Mário Dionísio nesse seu mesmo livro (pag.94): " A leitura dos metodólogos do princípio do século (e das dissertações das escolas normais da época) é elucidativa a este respeito. A prédica contra o professor que discursa, contra o estrado e o ponteiro, contra a chamada individual e aterradora, contra o quadro, não perdeu nada, em 1958, da sua atualidade e, porventura, da sua ponta de exagero. E, depois de anos de uma teorização redentora, continua a haver um ponto-ao que julgo em todo o mundo- em que professores, pais e os próprios legisladores inevitavelmente coincidem: o ensino está mal. Coincidem também, felizmente, ainda noutro ponto: é preciso corrigi-lo. E ainda noutro, afinal, mas como corrigi-lo?".

Bom, talvez isto explique o qua vamos assistindo: todos dizem que está mal, mas ninguém se "atreve" a avançar com a rutura!