Anais do Clube Militar Naval 2º semestre 2022 - Comemorativo do 50º Aniversário do nosso curso de Escola Naval -almirante campos rodrigues
Este número destaca muitas "estórias" e muita "vinha vindimada" por este Curso (almirante Campos rodrigues 1971/75) na Marinha Portuguesa. Tem um arquivo extraordinário de fotos e imagens, cada uma delas transpondo uma história. O próprio curso (salvé Reis Feranandes, meu "penico" de máquinas) criou e cativou um acervo de fotos extaroridinário que colocou em google fotos.
O curso de Escola Naval que incorporei (1971-75) foi sui-generis, não só porque foi atravessado pela revolução do 25A, mas muito pelo que se passou naquele tempo e seguintes (eu saí, lembro, em 1999 já com mais de 27 anos de serviço ativo). Iniciou com 81 "maçaricos" e terminou com 26. Tantos a começar e poucos a acabar. Situem-se no contexto da época. À entrada (1971) o País de Caetano (ainda salazarento) incorporava o mais que podia nas FA's para ter "carne para canhão" nas frentes de guerra africanas. Em 1974 no dealbar do 25A o curso CR estava mobilizado para integrar destacamentos de FZs. Devo ao 25A (eterna gratidão nunca desmerecida e sempre louvada) a não ida para aquela guerra. Estive no limiar de outras, como a dos Balcãs nos anos 90, mas essa já era outra história de parceiros da OTAN/NATO atarvés da STANVFORLANDT, que integrei por duas vezes, aliás com o NRP Gago Coutinho (ainda jovem 2º tenente) e com o NRP Àlvares Cabral (como capitão-tenente). Muitas milhas percorridas, sim....
Saí, com gratidão e sem rancores ou raivas, para com a Marinha e com aquele grupo de camaradas e muitos outros que grangeei nesses anos. Aprendi muito e recebi qualificação profissional distinta em Educação/Formação/Treino/Aprendizagem (ler as minhas crónicas de E&F nos Anais do CMN) que procurei transpor para o resto da minha vida. Vinha muito bem preparado para enfrentar a sociedade civil e já com reserva de posição de direção de formação numa empresa reconhecida (PSICOFORMA), donde passei à fundação da academia global, pioneira em Portugal na aprendizagem eletrónica (eLearning), passando pelo Brasil (S.Paulo). Foi, contudo, efémero este período empresarial, pois logo em 2002 e até me reformar (2019) fui essencialmente um Formador e Consultor de Formação/Ensino/Aprendizagem, com destaque nas aprendizagens sustentadas na tecnologia.
Vídeo - Google Fotos - 50 anos de fado
"Campos Rodrigues foi o mais destacado astrónomo português da viragem para o séc. XX, tendo deixado uma marca indelével na história da ciência em Portugal. Não obstante a sua obsessão com o recato e o anonimato, e graças à ação tenaz dos seus pares, sobretudo Frederico Oom, o seu trabalho contribuiu para o reconhecimento internacional da astronomia observacional queentão se fazia no Observatório Astronómico de Lisboa. (p.313)
A carreira de César Augusto de Campos Rodrigues confunde-se com as primeiras décadas de atividade do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), ao qual dedicou mais de 50 anos da sua vida. Campos Rodrigues começou por abraçar a carreira militar na marinha de guerra. Para um jovem aspirante nascido em Portugal na década de 1830, isso significava passar por novos estabelecimentos de ensino emblemáticos do liberalismo, nomeadamente a Escola Politécnica. Dotado de uma particular aptidão para as questões mecânicas e de matemática aplicada, Campos Rodrigues terá aí adquirido vários conhecimentos que mais tarde aplicou e desenvolveu no seu trabalho científico, no qual sobressaem três eixos fundamentais: os problemas práticos da instrumentação astronómica; o aperfeiçoamento de técnicas de observação; e o desenvolvimento de ferramentas matemáticas para o tratamento expedito de dados observacionais". (p.306)
in “O GIGANTE DA TAPADA” - Campos Rodrigues, César Augusto de
(Lisboa, 9-8-1836 - Lisboa, 25-12-1919)
Doutor Pedro Raposo1 (Director Executivo da Biblioteca e Arquivos da Academia das Ciências Naturais da Universidade Drexel, Filadélfia (EUA)
petrus.vulpes@gmail.com
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