O otimismo informado vence batalhas/5 FEVEREIRO, 2020 |Lider magazine
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Prever o futuro dos nossos dias é uma arte abstrata que todos nós tentamos. Deter alguma informação e ouvir os melhores sobre os contornos e elementos que podem enformar o nosso futuro é um caminho que ajuda a formular opinião e consciência. Ouvir Yuval Harari (professor israelense de História) no WEF 2020 em Davos – sim, o autor de Sapiens: A Brief History of Humankind (2014), Homo Deus: A Brief History of Tomorrow (2016) e 21 Lessons for the 21st Century (2018) – é um bom caminho para saber mais. Aceder a esta hiperligação é aceder a uma Grande Lição de oratória em 20 minutos e a um debate envolvendo Mark Rutter – primeiro-ministro holandês, também historiador.
A sua trilogia de ameaça existencial à civilização humana são a guerra nuclear, o colapso ecológico e a disrupção tecnológica, e partindo do pressuposto que as duas primeiras são intocáveis para o humano comum, centra-se na terceira.
Sobre o trabalho no futuro e as competências em falta afiram que para ele não está claro que as pessoas possam aprender, suficientemente rápido, para ser em tempo e a tempo capazes de mudar de trabalho/emprego. E mais, capazes de fazê-lo múltiplas vezes ao longo da sua vida, que se antevê longa! Ser irrelevante, na sua competência ou no seu conhecimento, será muito mais crítico do que ser um explorado! Constituirão grupos ou comunidades de inúteis, afirma Yuval. Exceto se se começar a distribuir a riqueza produzida de forma equitativa – facto de crença difícil –, criando equilíbrio e aproximação entre o mundo do trabalho, decrescente, e o capital, crescente e mais longínquo. A sua “danger formula” é esta:
Sobre o perigo emergente de novas ditaduras apoiadas nesse poder disponível para ditadores dos novos tempos, Harari diz: “(…) Após 4 biliões de anos de vida orgânica baseada na seleção natural, entramos numa nova era de vida inorgânica baseada em intelligence design”, em que diferentes formas de vida, mistas de orgânico e inorgânico conviverão. A sua solução parte do facto – “technology is never determinisc” – e, por isso, podemos transformar o mundo e fazê-lo melhor. Na sua visão, para fazer algo que seja efetivo é necessário ter uma global cooperation explicando a necessidade de se esclarecer alguns líderes mundiais sobre a contradição entre nacionalismo e globalismo: “Nacionalismo não é odiar estrangeiros… é, antes, amar os seus compatriotas”.
No final, alguns números que suportam uma visão otimista para a Humanidade que é essencialmente o de manter paz: “Hoje, a guerra, mata menos gente do que o suicídio (800 000) ou a diabetes (1 600 000)”. A humanidade foi capaz, nestas recentes décadas, de quebrar a “Lei da Selva” (“Breaking the law of jungle”) do império dos senhores da guerra e ter o período mais alargado de pacificação.
Esta sessão gerou muitos comentários como este: “Quero acreditar na sua ‘máxima’ de que somos capazes do melhor, mas a realidade parece empenhada em mostrar o seu lado mais sombrio”.
Por: Etelberto Costa, education/training/learning activist
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