FAKE NEWS









(publicado na gazeta das caldas em novembro 2018) 





FAKE NEWS

Repentinamente irrompe na minha página pessoal da rede social a notícia do falecimento de uma figura notória e muito querida das Artes. Primeiro impulso? Corresponder à notícia triste na forma coletiva e pesarosa como já tantos fizeram. Mas, espera aí! Como a Pessoa em causa tem notoriedade política e social desfavorável às maiorias, vou ver qual a fonte da notícia e quem a difunde. Ora bem, ação cautelosa e consciente que me salvou de ir na onda da carneirada e da tristeza que já me invadia. Era uma mentira vagabunda com rótulo de proveniência fidedigna.

Na Nova Era da Media em que vivemos, estamos constantemente cercados por todos os tipos de informação, desde questões políticas até propagandas e marketing, que nos chegam sem outro filtro além da nossa própria capacidade de avaliar criticamente a validade das informações recebidas. As informações tendenciosas parecem ser particularmente difíceis de descodificar para a demografia menos alfabetizada em mídia. Embora as taxas de alfabetização digital tenham provado não considerar a idade ou o nível educacional, verifica-se que, designadamente, alunos adultos e educadores/professores/formadores, na esperança de melhorar as suas competências  digitais, se posicionam com vulnerabilidade às “fake news”. Consciencializar  sobre o conceito de notícias falsas e fornecer ferramentas para combatê-lo é , a nosso ver, uma das áreas de Educação/Formação/Aprendizagem que vão imergir em 2019 com muita força. E, no Emprego também! 

A designada 4ª Revolução Industrial (4RI) não inclui nos seus elementos críticos estas questões. E, no entanto, esta parece emergir com o potencial para ocupar lugares cimeiros na 4RI destacando algumas das suas organizações como corporações mundiais e de topo em todos os índices bolsistas. É avassalador o progresso que a informação dita informal ocupa na vida das Pessoas substituindo-se à Media tradicionais, porventura mais rapidamente do que seria esperado. É, pois de muitos novos postos de trabalho que são criados e para as quais nós portugueses temos uma apetência reconhecida. Está-nos no ADN.

Ora, estas chegam-nos sem outro filtro que não seja a nossa própria capacidade de avaliar criticamente a validade das informações recebidas. E, muitas destas, são cientificas ou de razoável complexidade para as desprezarmos. Podem, pois, assumir a forma de informações tendenciosas ou de nos influenciarem nos nossos gostos (que estas plataformas muito bem conhecem). O que fazer?  Aumentar o grau de consciencialização sobre o conceito de notícias falsas e fornecer ferramentas para combatê-lo.

 Assim, em 2019 e seguintes vão surgir certamente alguns Projetos Europeus, talvez muitos, já que o colégio de Comissários sinalizou essa prioridade,  que procura melhorar a alfabetização digital de alunos adultos e de crianças e jovens, fornecendo-lhes ferramentas para identificar notícias falsas e combater a disseminação da desinformação online. A metodologia segue uma matriz reconhecida. Após compilar um banco de dados de práticas recomendadas, os parceiros treinam educadores/formadores/professores que, no que lhe concerne, entregam a  laboratórios “Check IT Out” alunos/formandos certificados/qualificados. As organizações em geral e muito particularmente as empresas europeias agradecem e avançam em mais um tentáculo da sua rede de negócio.  Criam.se muitos postos e dá-se  trabalho e algum dinheiro (pouco) a muita gente, mas a Europa continua arredada da “Champions” das Corporações mundiais. Portugal tem a sua “web Summit” o que sendo bom (ótimo mesmo) não assenta na criação inteligente de um alfobre de juventude competitiva e com “mundo”. As academias dedicadas a estes temas e competências podem seguir o exemplo das boas academias de formação em futebol. É que nesta área somos mesmo muito competitivos… e gostamos de chegar mais Longe e ser sempre Campeões.

Etelberto Costa, novembro 2018

etelbertocosta@gmail.com

P:S: parte não incluída por exceder nº. de carateres.

A Europa não se mostra capaz de produzir Empresas que se posicionem nestes mercados. Embora exista informação de que alguns “hackers” que produzem notícias falsas são de origem húngara, eslovaca e Estónia.  A resposta que a UE_ União Europeia usa é o mecanismo dos projetos financiados nos seus programas conhecidos. Tal tem-se revelado de uma inépcia total para a criação de organizações competitivas no mercado global das Corporações Gigantes. Nas dez maiores, apenas duas são não EUA. Pois! São Chinesas.  A nossa Juventude e aqui incluo os que já vão nos quarentas, tendem a seguir notícias e   informações em canais cada vez mais informais. Por exemplo, as séries televisivas dos canais tradicionais são substituídas pelas da Netflix, dando corpo a mais uma nova  Gigantesca Corporação. Americana, claro. Por exemplo, muitas notícias das Agências internacionais são produzidas por Robots e Boots.  Americanos, claro, mas aqui também já com algum posicionamento asiático; china, mas também japão e coreia.


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