Competências não são eternas! A Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV), SIM.

 


(ADAPTAÇÃO DO TEXTO (original) publicado na EPALE-plataforma europeia a pedido da LLLPlatform-suplemento Aprender magazine da Revista Lider de junho2022)  

Relatórios e documentos oficiais (e não oficiais) que pedem uma mudança na Educação estão a aumentar e a ser consensuais. E de há alguns anos para cá! Importa minimizar a perda do tempo futuro.

"O relatório ensina uma coisa: temos de tomar medidas urgentes para mudar de rumo, porque o futuro das pessoas depende do futuro do planeta, e ambas estão em risco. O relatório propõe um novo contrato social para a educação – que visa reconstruir as nossas relações uns com os outros, com o planeta e com a tecnologia". (Audrey Azoulay/Director-General of UNESCO – p.6). (Reimagining our futures together: a new social contract for education (186 pages-edited end of 2021-UNESCO: Corporate author:International Commission on the Futures of Education)

Neste relatório da Comissão Internacional para os Futuros da Educação da Unesco, presidido por António Novoa (DEC2021): - sublinha-se...."precisamos de um novo contrato social para a educação para reparar injustiças enquanto transformamos o futuro" e, por isso temos, de recapitular que houve antecessores:

1º Edgar Faure (1972) : -learn to be; Faure, E. et al. Learning to Be. (1972). Paris: UNESCO.

2nd Jacques Delors (UNESCO, 1996): - knowing how to be with others; The treasure within: Learning to know, learning to do, learning to live together and learning to be.

Um dos resultados desta última foi o apelo à atenção sobre as soft skills - e entre estas, as de liderança.

Sim, liderança na E&F&A (education&formação&aprendizagem). As soft-skills são essenciais para se adaptarem ao mundo de hoje e de amanhã, tanto para encontrar um emprego e manter-se no emprego, a ponto de se incluir na sociedade. Mas, comumente, ouvimos dizer que a competência sobre estas competências só se confirma no contexto de trabalho. E são.

Trazer para bordo as empresas GAFAM - (os cinco gigantes da webtech, Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft) e torná-las parte desta designação é, talvez, inalcançável. Mas tem de ser conseguido!

Isto é mais fácil (?) quando nos referimos a Técnico, ou Tecnológico, ou todas as habilidades do domínio psicomotora (Bloom: "taxonomia" da aprendizagem), vulgarmente chamada por competências. O indivíduo conseguiu, ou não, e isso é observável e mensurável.

Mas, ainda assim, essa colaboração e cooperação devem estar "em vigor" e estruturadas para serem rápidas como o mundo de hoje exige! Incluindo, naturalmente, um uso e incorporação adequados de inteligência artificial/aprendizagem automática e muito mais, robôs ou qualquer outro dispositivo, incluindo redes sociais.

Parênteses abertos a perguntar porque é que o sector E&F&A aceita que os computadores devem fazer parte das nossas escolas (para todos os alunos e professores/formadores?) e não discutir porquê e como? Mais importante do que isso, e crítico, é a infraestrutura web (agora exigente para o acesso 5G) e a sua manutenção e atualização. E porque não os telemóveis que são menos caros, inclusivos e acessíveis a grande parte da população. Os pais estão fechados. As Escolas são (ou deviam ser...) Centros locais de Aprendizagem e devem funcionar abertos a toda a comunidade (“Schools as Learning Hubs”)

Ah, não! Claro que prestou atenção que vários jovens ucranianos em fuga da guerra, eles mantêm contacto com a sua aprendizagem de conteúdos e professores através da web e dispositivos web disponíveis. Estamos acordados? Ou já esquecemos a aprendizagem à distância de emergência submetida durante a pandemia?

We never think alone. Today, in the midst of this pandemic tragedy, we know, better than ever, that alone we can do little or nothing. Only together can we define the future paths for education." . (António NÓVOA, SALVADOR-BAHIA, 4 february 2022. Book – School and teachers: protect, transform, value)

Qualquer direção será boa?

    não chega elevar a saúde a primeira prioridade política governativa. Neste momento extremo de perigo, requer-se uma simbiose entre a luta contra a doença e a democracia “.

    Gil, J. 2021. Público/31janeiro

O sistema comunitário de ECVET está agora a ser revisto, uma vez que já não é mais compatível com as necessidades do mundo real e mesmo com algumas competências/competências oferecidas pelas agências nacionais e pelas plataformas CE/E&T&L através de uma oferta de sala de aula e ignorando a oferta de TIC. (Pergunto-me por que razão demoramos tanto tempo a desenvolver cursos online especialmente para o MooC's (a Aprender Magazine nº1 foi dedicada a este tópico. Em fevereiro de 2015!...). Porquê, tanto tempo? A pandemia, chegou, e fomos apnahdos com as calças na mão!

Isto é tanto mais estranho, como argumentava regularmente, já que é uma oferta de dois em um. O indivíduo recebe uma oferta de competências/competências que, ele ou a empresa/organização pesquisa, e ao mesmo tempo ganha experiência na utilização de plataformas online ou representações de redes sociais. E pode ser acessível a todo o momento ou momento e em qualquer lugar! No entanto, para o melhor e para o pior, recomenda-se que um Líder/Treinador/Professor esteja disponível e em supervisão! Por enquanto....

Os DEAP's (planos europeus de ação para a educação digital) já estão em curso... mas, projetados numa perspetiva ALV? E tendo em conta o que o mundo mudou, para as gerações jovens?

Claro que não estamos sós e esta luta vai levar anos! E nunca acabará...

We must foster a culture in which the value of lifelong learning is recognized in, and adapted to, every context”. (EDUCATION2030 - LIFELONG LEARNING OPPORTUNITIES FOR ALL - Medium-Term Strategy 2022–2029 UNESCO Institute for Lifelong Learning - uil-estrategia2030.pdf )

Isto tem uma consequência:

Investir na aprendizagem ao longo da vida significa valorizar e humanizar conhecimentos e competências, transformados em competências reconhecendo que, se bem utilizado, é o mecanismo por excelência para melhorar as condições de vida e, consequentemente, a esperança de vida e o bem-estar das pessoas.

E como, uma vez mais e mais uma vez (por quantas vezes mais!) tivemos a

Paris Declaration: a Global Call for Investing in the Futures of Education

(Conference:Global Education Meeting, Paris, 2021)

allocate at least 4-6% of GDP and/or at least 15-20% of total public expenditure to education....;Raise more revenues to increase education budgets,”

Grandes avanços tecnológicos, como 5G, Realidade Aumentada e Virtual, Inteligência Artificial, Machine Learning, Robótica, Gamificação, Simulação e Metaverse, representarão grandes desafios na forma como a educação é conduzida.

Chegámo ao nosso ponto, finalmente!

Melhores trabalhadores, melhores líderes, bem-estar, sociedade saudável, paz – (nunca faltando à agenda das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável (os ODS): Os quatro imperativos: 1. Crise climática (imperativo primário); 2. Transformação tecnológica; mudanças demográficas, crise de saúde."

Isto significa «investimento na Educação de todas as partes e em Colaboração e estreita Cooperação, não Educação Pública»Educação Privada»Aprendizagem Corporativa»Aprendizagem Social e cidadania. Educar ao longo da vida ("Do berço ao túmulo" como a plataforma LLL defende) é valorizar cada um Ser Humano no seu contexto de um ecossistema de relações. O aumento do conhecimento e das competências reduz o preconceito, a desconfiança em relação à mudança e evolução, iguala as pessoas, reduz a diferença no acesso à aprendizagem e, portanto, aos mecanismos de poder entre os sexos.

Neste tempo de ultraconectividade e hiperestimulação dos ecrãs, o risco de manipulação é universal e permanente e assume contornos de crescente individualização da educação, uma circunstância que o serviço público de educação não pode ser alheio.

O impacto da guerra na Ucrânia na saúde e bem-estar do povo ucraniano (e para todos nós) e de outras potenciais vítimas, bem como da sociedade europeia e internacional, precisa de coragem para abraçar e defender uma ideia nuclear: a Educação para a Saúde deve ser um pilar da Educação como um todo

Primeiro, foi a crise económica («2015); depois, foi a pandemia da Covid19 (ainda em curso); agora é a guerra na Ucrânia!

E,No entanto, observa-se também uma crise persistente na Justiça, educação e demografia da UE.

Razões para o investimento não (adiado) na Educação? Haja resiliência e perseverança, porque paciência não tem faltado!

Isto não é compatível com a Escola de hoje! A abordagem de Aprendizagem ao Longo da Vida parece emergir como a solução certa.

Passados +de 2200 anos sobre a demonstração, por método cientifico, de que a Terra é redonda (Eratosthenes de Cyrenne, 3º diretor da Biblioteca de Alexandra) estamos confrontados com multidões ululantes que reclamam que a terra é plana...e muitos em Países desenvolvidos e com importantes sistemas de Educação.

Lisboa, 3 de maio2022

Etelberto Costa

CMAtlv – grupo de reflexão para a saúde

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