Não é a tecnologia digital que cria mudanças sociais, as Pessoas é que as fazem
Não é a tecnologia digital que cria mudanças sociais, as
Pessoas é que as fazem!
(publicado na gazeta das caldas - outubro 2018)
Na
sua muito recente tomada de posição (setembro2017) a Plataforma Europeia para a
ALV- Aprendizagem ao Longo da Vida, - REIMAGINING EDUCATION FOR THE DIGITAL AGE recordava-nos:
“Não é
tecnologia digital que cria mudanças na educação/formação, uma mudança de
metodologia é que o faz!”
O investimento em pessoas e o alargamento do acesso a oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida são tão importantes quanto o investimento em
tecnologia digital. É por isso que eles têm que se acompanhar de perto. A
tecnologia digital pode apoiar e melhorar a aprendizagem das pessoas e,
igualmente importante, ao contrário do que aplicam muitos decisores e “opinion
makers” resistentes, as oportunidades de aprendizagem ao longo da vida
capacitam as pessoas a usar a tecnologia digital de forma eficaz e de forma
responsável e aproveitam plenamente a sua "experiência digital".
São como o dois em um. Aprende-se e
usa-se a tecnologia.
Bom, mas isto só pode fazer-se quando Todos/as o assumirmos conscientemente nas nossas ações. Como é possível que, mais de 80% dos nossos alunos de ensino superior se capacitarem para um mundo digital que vão enfrentar se, saem diplomados, não tendo uma oportunidade de experimentarem uma aprendizagem eletrónica (seja: elearning; Mooc; redes sociais; youtube; sequer um webinar ou uma conferência via web). Aflitivo, não acham? Se já não o toleramos à saída do 12º ano como é possível tal estar a acontecer no ensino superior?
“Com efeito, dados de 2015 relativos à formação contínua proporcionada pelas empresas revelam que apenas 18,3% das empresas que responderam ao Relatório único promoveram ações de formação para os seus trabalhadores, sendo que destes, 62% estavam ao serviço de empresas com 500 ou mais trabalhadores (uma ínfima parte do nosso tecido empresarial como é sabido...). “In Aprender Magazine/setembro 2017, Conceição Matos, diretora do departamento de formação profissional do IEFP.
E, já
agora, saiba que até final de 2017 (18 anos após o advento do eLearning) o IEFP
vai ter as suas duas primeiras UFCD's no Catálogo Nacional de Qualificações em
eLearning...! Enfim, estão a chegar lá! Uma orientação geral para todos os
centros de Formação a este propósito está sempre a tempo.
Por muito que se proclame e seja
evidente aos olhos de qualquer cidadão informado não é com este modelo e primeiramente com metodologias, mesmo ditas ativas, que se vai resolver este déficit
catastrófico para o País de Futuro que é Portugal. É como então?
Pois repetimos (até que a voz nos doa!) que é, na tal dita Tecnologia e nos modelos aplicados de aprendizagem colaborativa e de pedagogia centrada no aprendente que ela vai ser conseguida.
Concluindo
A realidade aumentada, a realidade virtual e a gamificação,
associadas a outras tecnologias de comunicação/aprendizagem/treino, como
quizzes, podcasts, aplicativos e vídeos, entre outros, apresentam estratégias
de aprendizagem adaptativas e personalizadas e contribuem para a criação de
ecossistemas de aprendizagem inovadores.
Resta um alerta! Aqui fica, porque o País é movido por um setor público muito
forte e preponderante et por cause.
Existe um fenómeno global de merchandising digital da
educação/formação que, está em movimento rápido e avassalador (web summit
vinci). Grandes empresas digitais e,
as do GAFAM em particular
(Google, Amazon, Facebook, Apple e Microsoft) estão a impor os seus padrões na
educação, introduzindo equipamentos escolares, mas também práticas de ensino
automáticas impulsionadas pela IA-inteligência artificial com sinal visível
nos Robots aprendentes e com emoções e que agora também conseguem ensinar
(exemplo em desenvolvimento na Universidade do Minho em cooperação com a
BOSCH).
Estejam atentos aos próximos movimentos e esperem-lhe pela
pancada! Vai ser forte e exigente!
Etelberto
Costa, outubro 2018
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